terça-feira, 27 de outubro de 2009

Terapia celular para lábio leporino

A partir de células-tronco isoladas do músculo do
lábio (acima), cientistas brasileiros conseguiram
produzir tecido ósseo (fotos: Daniela Bueno).


Terapia celular para lábio leporino






Pesquisa brasileira pioneira obtém ossos a partir de células-tronco isoladas do músculo da boca. Brasil acaba de obter mais um grande avanço na área de terapias celulares. Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram, pela primeira vez no mundo, produzir ossos a partir de células-tronco isoladas do músculo do lábio. A técnica poderá ser usada para o tratamento menos invasivo de deformidades no crânio e rosto, como o lábio leporino – fissura no lábio ou no céu da boca.


A nova técnica, desenvolvida pela cirurgiã-dentista Daniela Franco Bueno sob a coordenação da bióloga Maria Rita Passos, ambas do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, tem por objetivo facilitar o procedimento e reduzir ao mínimo a dor do paciente.


Durante sua pesquisa de doutorado na USP, Bueno acompanhou cerca de 120 bebês, entre três e quatro meses de vida, que se submeteram a cirurgias de reparação de lábio leporino no hospital Sobrapar, em Campinas (SP). Com a autorização dos pais, foi retirado um pedaço do músculo do lábio das crianças, que normalmente é descartado durante a cirurgia. As células-tronco do músculo foram então isoladas e submetidas a um processo de diferenciação em laboratório e, em 21 dias, originaram células ósseas.


Em uma segunda fase, as células-tronco foram implantadas em orifícios feitos no crânio de ratos sobre um suporte composto de colágeno moldado para preencher a fissura. O resultado foi positivo: as células humanas se diferenciaram, se multiplicaram e geraram tecido ósseo. “Ao implantarmos as células-tronco indiferenciadas associadas ao suporte de colágeno no orifício, o próprio corpo sinaliza para que elas virem osso”, explica Bueno.




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